29.6.14

"sol em câncer"


com as tripas fora do lugar, por ora,
falarei um pouco da tal semi loucura,
que não é privilégio da nossa viagem,
mas marca com firmeza a passagem
do arco de sombra em lenta comoção.
protegei, senhor, aqueles que amamos
de nós mesmos, antecipe nossa cura.

meio loucos, portando, e sem dúvida,
com as patas cansadas que adivinham
pedaços de sorte e pedras pontiagudas;
giram cascos em ciranda cancerígena.

meio louco, meio calmo demais, o sol
paira cegante ante a cruz que avizinha
a nota preciosa de nossa falha técnica,
a boca sulforosa do nosso susto pálido.

a latrina do nosso mantra diário é a voz
que às vezes se nos desdobra a garganta
e repudia o circo do mercúrio retrógrado.
vagas sicilianas de nossas complicações,
calor improvável de nosso passo sueco,
permita-nos retribuir rosas à psicopatia
do nosso signo que se força em pétalas.

Um comentário:

Isadora P. disse...

Aceitar a loucura serena e
o magma seguinte.