4.10.13

"valquírias"

para claudia


viverei mil anos na galícia de tuas coxas,
teu pólen serão as ilhas onde descansarei
os navios apedrejados de minha esperança.
nos teus olhos, um enjambement de lírios,
nos teus quadris, minha galáxia herdada.
não falemos, então, nada além dos olhos,
firmarei em teus olhos minha vaga nação.
em sarabandas lunares repaginar carícias,
virar do avesso a ruína do segundo parto.
dentro de ti serei sempre o pastor anfíbio
e a violência explodirá em sutis enxadas,
enxadas e pisadas sobre nuvens velozes
e já não estaremos mais entre os mortos.
pelo instante em que tocarmos as pontas
do nosso milagre comum, afirmaremos
a comunhão das espécies e o sono do fim.

2 comentários:

Uilma de Andrade disse...

Parabéns, poeta! Evoé!

Anônimo disse...

Esse cabra-da-peste é muito bom. Arrasou geral. bjs. Mary