6.9.13

“fala-se do ponto final”


a morte é a única benevolência.
aqui está o que odeias livremente
e transformas num lavabo sujo,
como se faz no boteco que detestas,
como se faz na roupa ruim, cheiro
do ruim comprado, força de ser ruim,
apenas miscigenado, queixo caído

e a tristeza é maior, conforme grito
do que liberado exige, conforme servo,
só vemos isso ao sermos felizes nisso,
ou infelizes com coisas demais perucas.

a felicidade indica a nossa falha, nuca,
em ser o que “é para a história”, é simples
e nada mais além de sangue, além disso,
meia ideia de mistério, meia ideia de ódio.

e triste sangue em biombo aqui vamos:
é triste a passagem cínica, é triste
a passagem verdadeira que é cínica,
a planta mais passagem que é o homem.

agora curto porque é sutil,
depois longo porque estamos
e bem mais triste é a prática
e as coisas que são ridículas,
as coisas de famílias poéticas.

tudo isso é muito lindo e é mais
lindo do que se pode fazer porque
não há respiro no pagamento
da cúria mitológica, a mimada,
e ainda aqui há o nobre Goriot.


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