2.1.12

"só tenha relações com o que se ama"

meus grandes cílios beijam
o ar dos teus fenômenos,
da tua máquina cardíaca,
do dedicar-se aos próprios sons.
sem te ver sei das tuas entranhas,
do que pode ser também
silêncio absurdo ou fala criminosa,
abelhas no auge de teu estômago.
caem uma a uma as reservas
do meu frágil telhado imaturo.
mas penso em ti e sei, contudo,
que nisso não há nada a resolver,
curvo-me carinhosamente
sobre o meu próprio segredo,
meus grandes cílios beijam
o ar dos teus fenômenos.

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