26.6.11

"leminski"

ah se a verdade fosse assim tão límpida
e não nos matássemos por amor a um irmão.
fazemos o que podemos com o que não
podemos e não podemos mais fazer nada
além de versos, como dardos agridoces,
porque somos, através da nossa loucura,
aquilo que respira a aldeia da psiquê.
mas sempre chega a meia-noite na alma,
os quatro ventos jamais convergem
nas rupturas constantes de que precisamos.
vão-se irmãos e filhos, sobram tumores,
e não temos a espada samurai da coragem.
importa muito pouco, poeta, na verdade,
que falemos tanto, pensemos tão alto,
se cá no raso nos afogamos com os mortos,
porque não vemos mais amor entre os vivos.

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