3.4.11

"primeiro para marina"




este é o primeiro para ti, coisa minúscula,
porque agora estás longe – e é domingo,
e no domingo almoçávamos e tentávamos,
depois de um pouco do choro pelo ultraje
do abandono semanal, comunicar algo de um
para o outro, com nossos famigerados trejeitos.

mas não te preocupes, pequena, que agora tudo
pareça insuficiente de sentidos, afinal és pequena
demais, mas não te preocupes, mesmo aos trinta
continuarás pequena para tais questões, e é só
por ti que eu jamais aceitarei novamente alguém
que diga “morreu o último romântico”: eu estarei
vivo e por mim tu viverás por mais cem anos.

enquanto isso, pequena, enquanto agora desbravas
novas terras onde não colherás provavelmente muito,
enquanto isso, haverá algo de poucos gestos, mínimo,
mas que já sabe acenar adeus e sorrir sem dentes firmes,
algo minúsculo, que é como tudo que nos mantêm vivos,
porque nos vemos e não sabemos de nada, mas sabemos
que somos pedaço do mesmo pedaço, mas não comemos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo!
Obrigada por partilhar seu amor aos outros.

Anônimo disse...

exagerada jogada aos seus pes, eu sou mesmo exagerada.... adoro um amor inventado...

http://www.youtube.com/watch?v=u-xItSZrxIs

Anônimo disse...

Lindo. Aguardo o segundo.
Abração
Pedro