17.2.07

"carnaval"

o sol é tão frio e distante que fere
a solidão com cinzas prateadas.

onde estará a antiga promessa
dos pergaminhos da nova saída?

enquanto morremos, esperamos sem pressa
pela curva sem volta do mais novo adeus.

os olhos seguem, vesgos, versos avulsos
fadados de tanto se forjarem imaculados.

que fazer com a fétida carcaça ferida
se o ritmo que rege nossa veia pálida

é tão indiferente de nós
quanto o sono de deus?

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