13.1.07

“Não leiam Espinoza”

confesso como um fantasma diante do túmulo:
de tudo que não vivi fiz análises horrendas e radicais
e deitei em terra minha própria face diante da face
retorcida.

olhos tentaram me atirar pedras, outros sangraram por mim,
e todos conhecemos algum tipo de guerra, não há imunidade.
portanto pertenço a todos indiscriminadamente,
sou todo parte.

pertenço a mim mesmo apenas como cerne, sarnas e sonhos.
meus poros respiram o silêncio das veias que brotam da vida,
vida natural fora da natureza morta que nos enfiaram
goela abaixo.

estáticos, observamos uns aos outros como quadros pintados
dentro de quadros.

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